Você sabe o que é um storyboard? É simples: trata-se de uma sequência de desenhos (quase sempre em formato de quadrinhos) com um esboço ou rascunho do que deve ser filmado, quadro a quadro, em uma produção audiovisual. A ideia é pensar em detalhes como as ações dos personagens e até mesmo o enquadramento e o posicionamento da câmera.
Ele também ajuda a planejar e a definir o ritmo e a fluidez que a narrativa terá. E, ao permitir que todos tenham mais clareza sobre o resultado almejado, pode ser um importante aliado na busca por alinhamento com o cliente, por exemplo, facilitando ajustes antes mesmo das filmagens começarem.
Por ser uma etapa demorada e que exige, muitas vezes, a ajuda de desenhistas, ela costuma fazer parte da pré-produção de grandes animações, filmes mais complexos ou jogos de videogame. No entanto, o storyboard vem se tornando cada vez mais comum também na publicidade, especialmente em campanhas que exigem mais cuidado visual.

Quais projetos exigem storyboard?
Geralmente, o storyboard é necessário em projetos mais complexos, independentemente do objetivo ou da mídia. É claro que, na prática, ele acaba sendo mais utilizado em produções como longas-metragens ou encenações com múltiplas locações e cenas elaboradas. Vale destacar que a ferramenta é muito importante para projetos de animação, pois permite visualizar com antecedência o que será criado.
Essa etapa costuma ser deixada de lado em produções mais rápidas ou que se propõem a funcionar como um documentário – em que tudo depende da captação espontânea e depois passa a se delinear na edição.
No entanto, quem define se um projeto terá storyboard é a direção. São os produtores e responsáveis que devem fazer essa escolha e definir como ele será elaborado.
Caso seja definida a produção do storyboard, é necessário levar algumas coisas em consideração:
1 – Os desenhos não precisam ser elaborados
Por mais que um storyboard se assemelhe a uma história em quadrinhos, você definitivamente não precisa de desenhos muito detalhados. Eles precisam ser explicativos o suficiente para que todos os envolvidos no processo compreendam como a cena será filmada. O estilo do desenho pode variar bastante, mas é preciso ter em mente que se trata de uma mídia de transição.
2 – Pode ser feito manualmente ou em softwares de desenho
Alguns produtores ou artistas fazem o storyboard em papel, e há casos em que se utiliza até grandes painéis, para deixá-lo visível na parede, por exemplo. Mas isso não é obrigatório. Pelo contrário: pode ser muito mais prático realizar tudo no computador (em programas que vão do Photoshop ao Storyboarder, por exemplo), onde é possível copiar o desenho anterior e fazer apenas as mudanças necessárias para a cena seguinte, poupando bastante tempo.



Acima, storyboards da 42 Filmes.
3 – Deve servir para o diretor de fotografia
O storyboard tem, entre outras funções, a de ajudar o diretor de fotografia a definir como será feita a iluminação da imagem, pois os quadrinhos já mostram o posicionamento da câmera, o que pressupõe a lente a ser usada, entre outros aspectos técnicos. Por isso, ao fazer o planejamento das cenas por meio do storyboard, ele deve ser seguido da forma mais fiel possível ao desenho.
4 – Contém pouco ou nenhum texto
Raramente um storyboard leva texto. Talvez seja necessário escrever alguma indicação específica em relação à cena, ou, quem sabe, uma placa ou letreiro que será filmado. Mas, de forma geral, a preocupação principal é com a maneira como a imagem será mostrada. O texto já está no roteiro!
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