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Que tipos de edição você já assistiu? É bem provável que você tenha visto diversos vídeos feitos por youtubers que falam para a câmera. E se você fez isso, certamente já deve ter reparado que muitos desses vídeos contam com inúmeros cortes abruptos na fala da pessoa que apresenta, sem qualquer preocupação em fazer transições imperceptíveis ou com algum grau de sutileza. Esses cortes funcionam tanto para cortar uma fala que se estendeu demais quanto para suprimir um erro, ou até mesmo fazer humor.

Esse modelo de edição deu início a uma tendência bastante importante na montagem de muitos filmes, que passaram a ser mais frenéticos e com mais cortes. O mesmo princípio foi abordado por programas de TV e produções audiovisuais diversas. No entanto, não basta fazer cortes abruptos para se ter uma edição ou montagem realmente adequada.

Dependendo do projeto, do tipo de vídeo e da proposta que se tem, é fundamental que outros tipos de corte sejam realizados. Além de demonstrarem profissionalismo, os cortes feitos com mais cuidado e sutileza também ajudam a corrigir falhas e contribuem para contar a história a ser retratada na produção.

Jump Cut X Transição

Se o jump cut (corte brusco) faz um vídeo ficar mais dinâmico e ágil, a transição realizada com sutileza pode trazer justamente mais leveza e elegância ao filme. O termo “transição” é bastante amplo e pode se referir a diferentes tipos, como aquele que utiliza um efeito gráfico para sair de uma cena e ir para outra, ou até mesmo o que se vale de cenas aéreas a serem inseridas entre uma fala e outra de um documentário, por exemplo.

Outro tipo de transição que pode evocar ainda mais beleza em um vídeo é o “match cut”, que se baseia no corte entre duas imagens semelhantes. Há filmes que saem de uma paisagem e cortam direto para um quadro em que há uma paisagem parecida. Outro exemplo pode ser um “zoom” em um olho seguido de um corte para a imagem de um objeto redondo no mesmo ponto da tela, por exemplo.

Transição (match cut) famosa do filme “Psicose”

O significado do corte

Diferente das produções rápidas dos youtubers ou das produções amadoras, os vídeos profissionais podem trazer significado e elementos que acrescentam à história apenas a partir de um corte.

Em um vídeo institucional para uma indústria, por exemplo, o corte entre as etapas de produção deve ocorrer na ordem em que os passos acontecem, e ainda seguir um padrão na direção das máquinas, ou seja, se os produtos em uma esteira vão da direita para a esquerda, eles precisam continuar nessa direção na próxima cena, para que o público entenda que está vendo uma sequência lógica.

Um exemplo mais poético pode ser o uso de uma imagem do céu, com aves voando, para evocar o sentimento de liberdade que uma marca deseja transmitir, por exemplo.

B-roll: imagens que podem resolver problemas

Imagine uma entrevista com uma diretora, diretor ou CEO de uma empresa. Durante a entrevista, a pessoa cometeu alguns erros ou gaguejou, e precisou refazer algumas falas. Isso é normal, visto que as pessoas conversam assim de maneira natural. Poucos têm a eloquência de apresentador de TV, não é mesmo?

Nessas horas, uma edição “simples” da fala vai deixar o vídeo parecido com o do youtuber: cheio de cortes bruscos. Para que isso não ocorra, é possível utilizar as imagens filmadas na empresa, ou cenas ilustrativas do tema que é apresentado, para serem inseridas no meio da fala. Outro tipo de cena que auxilia na montagem do vídeo são as imagens feitas com uma segunda câmera (que geralmente mostram a pessoa “de lado”, e que têm o nome oficial de B-roll). Em último caso, um bom editor fará cortes com imagens mais aproximadas do entrevistado, de forma a realizar esses cortes para “disfarçar” possíveis cortes abruptos.

É por essas e outras que uma edição profissional faz toda a diferença na hora de produzir vídeos. Ela garante que o projeto final terá a elegância e fluidez necessária e condizente com a mensagem do vídeo (que pode ser mais emotivo, ou mais dinâmico, por exemplo), além de possíveis cortes criativos que ajudem a contar a história. Se a ideia é reforçar o sentimento de liberdade para uma determinada produção, as cenas de corte podem incluir imagens do céu, que transmitem essa sensação. É tudo uma questão de usar a criatividade conforme o projeto a ser realizado.

O uso de duas câmeras contribui muito para uma edição mais agradável
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