“Você pode utilizar um B-roll da steadicam para preencher a edição e deixar o vídeo mais longo para valorizar o casting”.

Não entendeu nada da frase acima? Não se preocupe. O mundo das produtoras de vídeo é cheio de termos técnicos e de jargões específicos (assim como na maioria das profissões). Pensando nisso, decidimos explicar um pouco de alguns dos principais termos utilizados. A ideia é que, ao saber o que significam palavras em inglês como B-roll e steadicam, ou palavras em português, como grua, você fique menos perdido em uma conversa sobre o próximo vídeo da sua empresa!

Confira, então o significado de alguns desses termos técnicos!

1- B-roll:

O termo B-roll vem do inglês e significa o “rolo B” dos filmes, ou seja, a filmagem de cenas de preenchimento para o vídeo principal, que é o “rolo A”. Hoje em dia, mesmo com as filmagens em digital, o termo continua o mesmo.

Quando você assiste a um vídeo de receitas, por exemplo, a cena principal mostra a pessoa cozinhando de frente, e todas aquelas cenas laterais ou “de cima” são de outras câmeras secundárias, ou seja, dos B-rolls. Em filmes feitos para cinema, tudo depende muito da montagem, mas o termo também funciona para mostrar aquelas imagens das laterais ou dos detalhes, que complementam a cena “principal” do personagem (que geralmente é com a câmera na altura do peito do ator).

Por fim, um bom exemplo de B-roll está nos vídeos de casamento. Se uma equipe de filmagem estiver fazendo as cenas, você verá que algum dos membros da equipe vai filmar as flores, passear pelos corredores, mostrar detalhes como as mãos da noiva, e fazer imagens gerais das pessoas na festa, pois essas cenas vão preencher o vídeo, gerando assim um filme agradável de se ver, com “respiros” e imagens para cortes, evitando algo muito curto.

2- Casting:

Se “cast” é elenco, “casting” é o processo de escolha do elenco de um filme, seja ele para cinema ou publicidade. O processo de escolha de atores não é nada simples, e exige uma análise dos atores disponíveis, busca por banco de dados de agências de modelos, e até mesmo a procura ativa por pessoas nas ruas (em alguns casos).

As exigências podem ser as mais variadas possíveis: talvez você precise de uma criança que saiba cantar, ou de um homem alto de 30 anos que saiba andar a cavalo. Pode ser que a produção exija pessoas com determinada altura ou peso, ou que o ator faça uma cena dramática com grande intensidade.

Em alguns casos, as pessoas usam a palavra “casting” como sinônimo de elenco, como na frase que inicia este artigo.

3- Storyboard:

Todo filme, por mais simples e curto que seja, precisa de um roteiro. Mas muitas vezes, uma produção mais complexa pode exigir algo antes do início das filmagens: o storyboard. Trata-se de uma “história em quadrinhos” com todo o filme a ser gravado (para cinema, publicidade, etc), cena por cena.

Quando uma produção tem um storyboard, fica mais fácil para o diretor saber onde vai colocar a câmera, em qual posição devem estar os atores, e outros detalhes técnicos que precisam ser pensados antes da filmagem.

4- Background:

Imagine que o vídeo a ser produzido é só uma aula, com um apresentador falando para câmera. Mesmo assim, você precisa colocar algo no background, ou seja, nos fundos. Acredite: não é uma boa ideia ter uma pessoa falando e um fundo branco atrás. Talvez você coloque apenas um fundo colorido, talvez uma estante com livros, talvez uma imagem de escritório desfocada, apenas para mostrar que há alguma coisa.

Assim sendo, o background é o nome dado a tudo que fica no plano de fundo. Em muitos filmes, o background exige efeitos especiais e um trabalho muito grande, mas pode ser que uma luz bem trabalhada já seja o suficiente: tudo depende do tipo de vídeo!

5- Steadicam:

Outra palavra do inglês. “Steady” significa “estável” ou “firme”, e “cam” é a abreviação de câmera. O nome é dado para a câmera colocada em uma estrutura que garanta sua estabilidade, ou seja, que não deixe a imagem sair tremida ou instável.

Em alguns casos, um bom tripé para celular pode fazer as vezes de steadicam, e na maioria das filmagens atuais, trata-se de um equipamento com molas e articulações onde se coloca a câmera, impedindo que ela seja “chacoalhada”.

6- Grua:

Se você é da área da engenharia, talvez você se assuste ao ler este nome. Enquanto em ambientes da construção civil ou dos transportes a palavra indique um guindaste enorme ou aparelhos para locomotivas, no audiovisual a grua é basicamente um “pequeno guindaste móvel”.

A câmera é colocada na ponta de uma grua, e com isso as filmagens ganham movimentos de câmera muito mais fluidos e inventivos. Para operar uma grua, geralmente é necessário um profissional com qualificação técnica, pois os movimentos não costumam ser fáceis!

7- Travelling:

O “ato de viajar”, como podemos traduzir o termo, é um movimento de câmera. Se o diretor de um filme ou vídeo quiser fazer um travelling, talvez ele use uma grua ou quem sabe um trilho (que se assemelha ao trilho do trem, mas para câmeras). Este movimento de câmera consiste em um “passeio” da câmera pelo ambiente, podendo fazer movimentos para os lados, circulares, ou até mesmo seguindo para frente. O importante é que a câmera faça isso sem estar fixa em um único ponto, pois se ela estiver fixa, o nome do movimento é outro.

8- Luz de enchimento:

Para finalizar os termos técnicos, é preciso comentar sobre a luz de enchimento (ou preenchimento). A expressão é usada para designar a luz que evita sombras fortes causadas pela luz principal. Com raras exceções, você não vai querer assistir a imagens chapadas, com uma única fonte de luz, pois elas causam sombras no rosto das pessoas.

Não há limites para a quantidade de luzes desse tipo, e você pode encontrar soluções com várias fontes, sejam elas caseiras, profissionais ou naturais, mas geralmente não são necessárias muitas, apenas o suficiente para deixar a imagem com harmonia de luzes e cores.